sábado, 26 de março de 2016

Pescaria na Praia de Itajuba - Barra Velha - SC

Após uma sexta-feira santa muito chuvosa no sul do pais, no sábado abriu-se uma janela de tempo ótima para uma pescaria de praia.
O céu amanheceu azul sem nuvens com tempo firme.
Cheguei na Praia por volta das 07:00 horas com muita expectativas, fui para praia de Itajuba em Barra Velha - SC. Quando cheguei na areio constatei um mar revolto, água meia turva, muito material orgânico na praia, sinal de uma boa (ou má) ressaca.

Sabia com isto que a pescaria não seria tão produtiva, provavelmente se limitaria a poucas espécies, como Bagres, Betaras e quem sabe algum Parati.


Arrumei minha tralha e como de costume coloque um equipamento na primeira valeta para pesca a curta distância e minha vara maior para a terceira valeta onde estão os peixes maiores.
De inicio pude observar que a pescaria seria muito técnica, uma por que se coloca-se uma chumbada muito leva, não se fixaria no fundo, ou se coloca-se uma muito pesada seria enterrada na areia. 
Tive que testar um pouco, iniciei com uma chumbada para curta distância de 80g, logo pude notar que não pararia no fundo, mesmo tendo aumentado um pouco o peso, costumo sempre pescar com uma de 50g, aumentei um pouco, consegui a fixação, porem tinha que ter cuidado para não deixar enterrar o chumbo na areia.

Na pesca de praia com tombo do chumbo após ser ancorado com o tempo pode ser enterrado na areia, isto ocorre devido ao movimento das ondas que vão tirando a areia debaixo do chumbo, aos poucos vai enterrando.
Duas coisas o pescador deve ficar atento, de tempo em tempo recolher um pouco de linha para puxar a chumbada e não deixa-la se enterrar. Caso ocorrer da chumbada ficar enterrada, vá andando lateralmente pela praia soltando linha mas deixando sempre tencionada, a medida que o angulo vai ficando menor a chumbada se solta, isto ocorre pois a força que pucha a chumbada passa a ser lateral não mais na base que é maior.

Ajustado este ponto, outra dificuldade encontrada é saber quando tinha peixe, pois a sensibilidade de ponta de vara muda, nesta caso quando a chumbada está bem ancorada toda vez que ocorre um afrouxamento de linha  é por que o peixe puxou a chumbada.
E assim foi, observei uma boa afrouxada de linha, recolhi para conferi e senti o peixe do outro lado tentando ir para o fundo, ajustei um pouco o freio do molinete para ficar mais frouxo. Desta forma podemos presenciar algumas roubadas de linha o que aumenta a emoção.

Recolhi o primeiro e tirei um belo bagre, tirei as fotos e devolvi para o marzão.
Depois de algum tempo, ocorreu uma espetacular roubada de linha, o molinete cantou de um jeito que chamou a atenção de quem caminhava na areia.
Fui recolhendo aos poucos e devido a uma "bobeira" minha o peixe escapou.
Não demorou muito para novamente ocorrer a mesma situação, uma roubada de linha e o molinete cantando, desta vez me dediquei em não deixar frouxar a linha e fui trazendo um bonito bagrão para bater uma foto.


Ocorreram mais duas ações, mas não obtive resultados para tira-lo.
Mas as roubadas de linha aumentaram a emoção e criaram muito história para contar.

domingo, 13 de março de 2016

A procura de Paratis

Como nos últimos dias ocorreu um ciclone em alto-mar no atlântico, mudou as mares no sul do Brasil. Ocorreu forte ressaca durante a semana, e o mar ainda estava se recuperando, embora tenha uma maré mais baixa, também devido as fortes chuvas no continente a água das praias estava meio turva. Lembrando uma calda de chocolate e em alguns momentos uma calda de cana.



As 7:00 horas já estava com minha tralha montada, assistindo o espetáculo do nascer do sol, que aparece na praia de Piçarras bem ao centro nesta época do ano. Desta vez estava com boa isca, camarão fresco comprado no dia anterior e que passou apenas por resfriamento.

Também trouxe comigo um grande camarão rosa para fazer uns testes, três desces já dariam a pescaria do período. Já ouvi falar bem deste tipo de isca e só de manusear percebi o forte cheiro de camarão que isala, é um ótimo sinal.

Fui assistindo a maré mudar de cor, estava bem calmo quando cheguei e assim que a maré mudou de vazante para cheia a água ficou ainda mais turva. Tinha esperança de pegar uns bons Paratis, mas pela cor da água, acho que seria um festival de Bagres.
E assim foi, saio o primeiro sem muita reação e disputa, tinha um tamanho padrão, nem grande nem pequeno. Depois tirei mais dois muito pequenos, dava para confundir se eram a isca ou o peixe.


Mudei minha isca para o Camarão rosa, cortei uns bons filés, dei uma espremida para soltar ainda mais o odor e mandei no primeiro canal, logo atrás da segunda arrebentação, quase na espuma da beirada. Logo senti as cabeçadas de ponta de vara, fisguei e o negócio ficou bom, ora afrouxava a linha, ora dava um arranque, estava muito louco o negócio. Uma tira de linha lateral quando estava próximo na marguem e pude ver o que estava acontecendo. Um Duble de Bagres brigando contra a linha, que maravilha, tive que trabalhar mais um pouco para aproveitar as condas para tira-los.

Soltei os garotos, um dele tive que cortar a linha pois tinha engolido o anzol. Nestes casos é só cortar a linha e soltar o bicho, logo o anzol se solta naturalmente em poucos dias.
Não demorou muito para minha vara que estava a curta distância dar um vigoroso sinal, este deu uma emoção, parecia um peixe grande. Trabalhei bem com ele, tentei cansar o bicho, mas assim que chegava próximo da margem voltava a tomar linha. 

Isto é pescaria, esta dúvida que o peixe vai se soltar, esta briga que sua mente tem que administrar a ansiedade, a satisfação de trazer o peixe para fora. Sabe as vezes depois de uma boa briga, dá vontade de parabenizar o peixe.

Um Bagre de tamanho bom, brigou até na areia e quando pensei que iria pega-lo voltou para a água aproveitando uma onda. É assim que eu gosto, "guris de raça". Filmei a soltura do bicho e assisti ele voltar nadando tranquilo para o marzão.

O camarão rosa é uma boa opção, pelo menos nesta primeira impressão. Aumentando muito a ação e captura. A Água foi clareando e mudando para um suco de couve verde clarinho, agora com o forte sol de outono dava para ver os peixes.
Capturei mais um bagre e a isca estava no fim, completando a pescaria tirei um pampinho brigador.

Pena, agora com a água mais clara a variação de peixes iria melhorar, mas já estava na hora de voltar para casa, uma por que a isca acabou, outra por que estava na hora de colocar uma carne na brasa.